terça-feira, 20 de julho de 2010

Tarefa – 1 Mapa de Referências Poéticas

Introdução

Ao apreciar os recursos da disciplina “Laboratório de Poéticas Contemporâneas” muitas coisas interessantes chamaram minha atenção estimulando-me a navega em outras fontes e experimentar novas experiências em meu universo. Naveguei nas trilhas do meu cotidiano e confeccionei um mapa retratando um pouco de minha realidade como membro de uma família simples e rotineira, mostro em meu mapa o conforto de meu lar e o contraste das cores em minha vida em meus sonhos.
Nos textos poéticos selecionados com muito carinho encontrei um pouco de cada um dos poetas que aqui descrevo “Vinicius de Moraes, Augusto dos Anjos e Fabio Rocha”, no meu ponto de vista os três são maravilhosos em suas expressões poéticas, os mesmos através de muita criatividade e paixão pela literatura revelam os mais profundos sentimentos em suas produções.
Portanto, em meio a tantas provocações neste universo, expresso em meu mapa minhas paixões, através, das cores dos “Bordados Paulinha”, sou apaixonada por todos os produtos e fico fascinada por todos os detalhes, pois são delicados, macios e suáveis. Os “Bordados Paulinha” fazem parte de minha vida, tanto nos momentos íntimos como financeiramente.
No meu dia-a-dia é maravilho apreciar a beleza e o contraste das cores nos bordados, os detalhes de cada peça é show, dá mais brilho em meu lar e conforto para todos de minha família, é uma verdadeira arte.

Mapa de Referências Poéticas




• 1ª imagem ilustrada pela cor “vermelha” representa no meu dia-a-dia uma superfície plana e as delícias das almofadas em um dia de trabalho.
• 2ª imagem indicada pela cor “laranja” representa no meu cotidiano em minha residência.
• 3ª imagem indicada com um ponto “amarelo” representa o conforto de meu filho Hermerson nos dias fios.
• 4ª imagem ilustrada pela cor “verde-brilhante” o quarto a cor preferida de meu filho Hércules e o conforto de sua cama.
• 5ª imagem ilustrada pela cor “verde-escuro” o quarto a cor preferida de meu filho Eviton e o conforto de sua cama.
• 6ª imagem ilustrada pela cor “vermelho-escuro” representa uma das cores que gosto.
• 7ª imagem ilustrada pela cor “rosa-claro” representa mais um pouco o quando eu gosto de cortinas em meu quanto com cores bem neutras.
• 8ª imagem ilustrada pela cor “Rosa” o quarto e a cor preferida de minha filha Wana Kedyla.
• 9ª imagem ilustrada pela cor “preta” representa no meu cotidiano meus kits de banhos tanto de produtos de limpeza quanto os jogos de toalhas de banho.
• 10ª imagem ilustrada pela cor “azul” representa o contraste das cores no nosso cotidiano.




Textos poéticos

1º Texto:
A casa (Vinicius de Moraes)

Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque a casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero.


2º texto:
A anunciação (Vinicius de Moraes)


Virgem! filha minha
De onde vens assim
Tão suja de terra
Cheirando a jasmim
A saia com mancha
De flor carmesim
E os brincos da orelha
Fazendo tlintlin?
Minha mãe querida
Venho do jardim
Onde a olhar o céu
Fui, adormeci.
Quando despertei
Cheirava a jasmim
Que um anjo esfolhava
Por cima de mim...

3º texto:
A cidade em progresso (Vinicius de Moraes)


A cidade mudou. Partiu para o futuro
Entre semoventes abstratos
Transpondo na manhã o imarcescível muro
Da manhã na asa dos DC-4s

Comeu colinas, comeu templos, comeu mar
Fez-se empreiteira de pombais
De onde se vêem partir e para onde se vêem voltar
Pombas paraestatais.

Alargou os quadris na gravidez urbana
Teve desejos de cúmulos
Viu se povoarem seus latifúndios em Copacabana
De casa, e logo além, de túmulos.

E sorriu, apesar da arquitetura teuta
Do bélico Ministério
Como quem diz: Eu só sou a hermeneuta
Dos códices do mistério...

E com uma indignação quem sabe prematura
Fez erigir do chão
Os ritmos da superestrutura
De Lúcio, Niemeyer e Leão.

E estendeu ao sol as longas panturrilhas
De entontecente cor
Vendo o vento eriçar a epiderme das ilhas
Filhas do Governador.

Não cresceu? Cresceu muito! Em grandeza e miséria
Em graça e disenteria
Deu franquia especial à doença venérea
E à alta quinquilharia.

Tornou-se grande, sórdida, ó cidade
Do meu amor maior!
Deixa-me amar-te assim, na claridade
Vibrante de calor!


4º texto:
A bíblia (Vinicius de Moraes)


A Bíblia já dizia
Pra quem sabe entender
Que há tempo de alegria
Que há tempo de sofrer
Que o tempo só não conta
Pra quem não tem paixão
E que depois do encontro
Sempre tem separação
Que o dia que é da caça
Não é do caçador
E que na alternativa
Viva e viva
E viva o amor

A gente vem da guerra
Pra merecer a paz
Depois faz outra guerra
Porque não pode mais
E deixa andar e deixa andar
Até a guerra terminar
Vamos curtir, vamos cantar
Até a guerra se acabar

5º texto:
A arca de Noé (Vinicius de Moraes)


Sete em cores, de repente
O arco-íris se desata
Na água límpida e contente
Do ribeirinho da mata.

O sol, ao véu transparente
Da chuva de ouro e de prata
Resplandece resplendente
No céu, no chão, na cascata.

E abre-se a porta da Arca
De par em par: surgem francas
A alegria e as barbas brancas
Do prudente patriarca

Noé, o inventor da uva
E que, por justo e temente
Jeová, clementemente
Salvou da praga da chuva.

Tão verde se alteia a serra
Pelas planuras vizinhas
Que diz Noé: "Boa terra
Para plantar minhas vinhas!"

E sai levando a família
A ver; enquanto, em bonança
Colorida maravilha
Brilha o arco da aliança.

Ora vai, na porta aberta
De repente, vacilante
Surge lenta, longa e incerta
Uma tromba de elefante.

E logo após, no buraco
De uma janela, aparece
Uma cara de macaco
Que espia e desaparece.

Enquanto, entre as altas vigas
Das janelinhas do sótão
Duas girafas amigas
De fora as cabeças botam.

Grita uma arara, e se escuta
De dentro um miado e um zurro
Late um cachorro em disputa
Com um gato, escouceia um burro.

A Arca desconjuntada
Parece que vai ruir
Aos pulos da bicharada
Toda querendo sair.

Vai! Não vai! Quem vai primeiro?
As aves, por mais espertas
Saem voando ligeiro
Pelas janelas abertas.

Enquanto, em grande atropelo
Junto à porta de saída
Lutam os bichos de pêlo
Pela terra prometida.

"Os bosques são todos meus!"
Ruge soberbo o leão
"Também sou filho de Deus!"
Um protesta; e o tigre – "Não!"

Afinal, e não sem custo
Em longa fila, aos casais
Uns com raiva, outros com susto
Vão saindo os animais.

Os maiores vêm à frente
Trazendo a cabeça erguida
E os fracos, humildemente
Vêm atrás, como na vida.

Conduzidos por Noé
Ei-los em terra benquista
Que passam, passam até
Onde a vista não avista.

Na serra o arco-íris se esvai...
E... desde que houve essa história
Quando o véu da noite cai
Na terra, e os astros em glória

Enchem o céu de seus caprichos
É doce ouvir na calada
A fala mansa dos bichos
Na terra repovoada.


6º texto:
Ao Luar (Augusto dos Anjos)


Quando, à noite, o Infinito se levanta
À luz do luar, pelos caminhos quedos
Minha táctil intensidade é tanta
Que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!

Quebro a custódia dos sentidos tredos
E a minha mão, dona, por fim, de quanta
Grandeza o Orbe estrangula em seus segredos,
Todas as coisas íntimas suplanta!

Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado,
Nos paroxismos da hiperestesia,
O infinitésimo e o Indeterminado...

Transponho ousadamente o átomo rude
E, transmudado em rutilância fria,
Encho o espaço com a minha plenitude!


7º texto:
OS PÁSSAROS? (Fabio Rocha)


O sol renascia.
Bocejadamente abri a porta.
O horizonte se escondia atrás das árvores.

Entro no estábulo de folha
e alimento minha criação.
Do balde ao chão:
consoantes, dígrafos, cedilhas...

Comem caladas.
Levo duas ao colo e as embalo,
dou tapas nas costas, faço de tudo
mas não rimam.

Foi quando estranhei um estranho estranho ali parado.
Sem métrica para prendê-las,
todas voaram, cheias de sons pensados,
para seus olhos.


8º texto:
ÁGUA VIVA (Fabio Rocha)


Eu quero o poema cnidoblasto,
cheio de chatos nematocistos.

Que arde como os antigos emplastos,
estranho como os ornitorrincos.

Que ignore aqueles verdes pastos
e embriague como vinho tinto.

Quero o verso chato enigmático
que cante tudo e nada que sinto.

Que se danem o pássaro simpático
e as flores em formato de brinco.


9º texto
REVELAÇÃO (Fabio Rocha)


Eu me esqueci no armário.

Pensei estar vivendo,
estudando, trabalhando, sendo!

Pensei ter amado e odiado,
aprendido e ensinado,
fugido e lutado,
confundido e explicado.

Mas hoje, surpreso,
me vi no armário embutido
calado, sozinho, perdido, parado.


10º texto:
A MEU AVÔ (Fabio Rocha)


Num dia de chuva fria
Salvador achou silêncio
e me tocou música
de rádio de pilha.
Deixou ligadas
conversas
sorrisos
tempos bons
portas abertas
idéias do contra
e açúcar no fundo das canecas...
Uma estrada simples
a se levar pra frente
sem terras ou guerras.


Referencias bibliográficas:

Fonte: bordadospaulinha@uol.com.br

1º texto aos 5º texto encontram disponível em:
http://www.viniciusdemoraes.com.br/

6º texto encontrar disponível em:
http://www.mundocultural.com.br/index.asp?url=http://www.mundocultural.com.br/literatura1/pre-modernismo/aanjos.htm

7º texto ao 10º texto encontram disponível em:
www.fabiorocha.com.br

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